ELEIÇÕES 2018: O LUGAR DAS MULHERES NAS CHAPAS MAJORITÁRIAS

ELECTIONS 2018: WOMEN’S PLACE ON MAJORITY CANDIDATURE

Salete Maria da Silva


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Resumo

O presente texto traz incômodas reflexões acerca do lugar das mulheres nas chapas majoritárias das eleições de 2018, focando, principalmente, nas candidaturas à presidência do Brasil, ao senado federal e ao governo da Bahia. Apoia-se em fontes oficiais e em farto material disponível na internet, além de observações - nem sempre participantes - realizadas durante o pleito. Com lentes de gênero e em perspectiva feminista, evidencia a persistente supremacia masculina nas candidaturas apresentadas por quase todos os partidos e coligações, e as aponta como um reforço à desigualdade de gênero no campo da política. Questiona o considerável número de mulheres posicionadas como vices-presidentas, vices-governadoras e suplentes de senador, precisamente no ano em que o poder judiciário ampliou o percentual de recursos financeiros às campanhas femininas. Enfatiza, ainda, a presença de duas mulheres negras concorrendo à presidência do Brasil, sem deixar de problematizar a pouca visibilidade e a pouca importância dada a este fato inédito pelos movimentos negros e feministas. Finaliza sustentando que, malgrado algumas resistências praticamente inaudíveis, há uma certa naturalização dos privilégios masculinos nas hostes partidárias, mormente em períodos de eleições polarizadas entre direita e esquerda, quando as prioridades políticas passam ao largo das demandas femininas/feministas por mais mulheres no poder e mais poder para as mulheres.


Palavras-chave

Eleições 2018. Chapas majoritárias. Desigualdade de Gênero. Privilégios masculinos.


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Última atualização: quarta, 28 Out 2020, 13:52